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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Carnaval, pela continuidade da vida

O Carnaval é a festa mais importante do planeta. Sua origem é controvertida,talvez por ocorrerem manifestações em todo o mundo,em datas similares,desde épocas remotas.Mas, é comum a todas as culturas,adquirindo significados e formas próprias a cada costume.
Fala-se de uma possível origem indiana, derivando do Holee uma festa em que as pessoas vão às ruas, levando grandes quantidades de pós de várias cores e aromas, para atirarem, umas sobre as outras, numa brincadeira muito divertida.
Há quem veja nas Saturnálias ,da Roma Antiga, o princípio desta festa comovente e pertubadora.Lá, entre as muitas cerimônias em honra a Saturno e aos outros deuses,constavam festins fartos de vinho e orgias.
Em Veneza o Carnaval é tranqüilo,pois as pessoas simplesmente passeiam por ruas e praças, exibindo trajes riquíssimos e as plácidas máscaras,guarnecidas de esmerados arranjos,que conferem um ar de mistério a quem usa.Alguns se comprazem apenas com admirar as criações extravagantes,personagens que passam e somem na paisagem,e atirando-lhes confetes e serpentinas.
Em Paris, além da fantasia luxuosa e da máscara, que aqui pode ter um cabo,para ser segurada na mão,e cobrir ou descobrir o rosto a qualquer momento, realizam-se bailes suntuosos,tocados por uma orquestra,em esplêndidos salões, especialmente decorados, onde o ambiente ganhava um clima libidinoso.
Na Alemanha, existe um serviço médico especial para atender as mulheres que ficam grávidas nos dias do Carnaval.
Em Portugal,as brincadeiras eram chamadas de entrudo,e as pessoas evitavam sair de dentro das casas,tais os riscos a que ficavam expostas.Grupos de baderneiros,seguindo um tambor, o zé-pereira,tocado apenas para chamar a atenção, sem preocupações de ordem musical,munidos de variados ingredientes, quais fossem, farinha, ovos, corantes,óleos,águas sujas e outros,saíam pelas ruas em grande alarde à procura de vítimas. Ao topar com algum incauto,surravam-no e passavam a atirar sobre ele todas aquelas coisas.
Mas, quem não ia para as ruas,participava da festa espreitando, do balcão,no primeiro andar,algum passante, no qual despejavam as águas servidas da casa, incluindo-se as jogadas diretamente dos penicos.Nos ataques, usavam-se chiringas cheias de urina, capazes de atingir a vítima, mesmo em fuga.
Todos estes costumes foram trazidos para o Brasil,onde o nome entrudo foi depois substituído pelo nome do tambor que se batia.
Os zé-pereiras eram grupos menos agressivos,nos quais já começavam a despontar as influências africanas,de forma que começa a haver maior preocupação com dar um rítmo ao toque do tambor e a usarem-se músicas para animar as brincadeiras.
Na Nigéria,entre o povo Yorubá,ocorre um grande festival,chamado Ifé Gueledé,em que, enquanto procede-se ao cumprimento dos ritos e oferendas às deusas da fertilidade, para que garantam a saúde e o sustento para toda a comunidade, máscaras são confeccionadas e devidamente consagradas.
A saída das máscaras organiza-se em forma de cortejo, que segue pela cidade, parando diversas vezes para que se realizem danças e se apresentem canções, elaboradas sobre um tema buscado nas experiências vividas no ano que termina.Os artistas,vestidos de mulher,têm a oportunidade de alegrar a todos com seu talento e graça, e a comunidade se diverte, avaliando as apresentações, cantando e dançando em comunhão.É um momento muito importante,em que nada pode sair errado, para não desagradar as deusas da vida e em que se renovam os laços de fraternidade e as forças para enfrentar os desafios do novo ano.
Vemos aí a estrutura original do Carnaval brasileiro,e seus desfiles deslumbrantes,em que, no rítmo do samba, pode-se saborear a mestria dos compositores e dos passistas.
É certo que nosso Carnaval apresenta diversas influências e uma evolução gigantesca,mas todos sabem que,na alma do brasileiro, o ano só começa, mesmo, depois de cumprido o sagrado Carnaval.

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