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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Família: célula dos problemas da sociedade

Vamos voltar num tempo em que a criatura humana era ainda um bicho peludo, que andava de quatro.Ninguém, ainda, sabia de nada.
Certas substâncias, advindas dos alimentos ingeridos,a elevação da temperatura e certos pensamentos provocavam a ativação de instintos animais e produzia-se um primeiro grande mistério da espécie humana: a ereção do pênis. Os homens ficavam encantados com aquele efeito, que se lhes afigurava como algo mágico. Sentiam-se enlevados para uma outra realidade, tinham grande prazer e se maravilhavam,quando no ápice do transe, dava-se a ejaculação.Antes de entenderem nisto, algum evento sagrado, viam aí uma grande diversão e presumiam um sinal de poder.Atacavam as fêmeas e introduziam~lhes o membro enrijecido, numa ação violenta, que causava grande susto, mas culminava com o prazer delas também.Como este estado acometia os amchos várias vezes, todos os dias,o ataque às fêmeas virou rotina.
De repente, as mulheres sangravam.Dava-se assim,o segundo grande mistério da raça.E este tinha caráter mais assombroso,não só pelo sangramento, mas pelo comportamento das fêmeas, que tornavam-se mais violentas nas véperas do evento.
Às vezes, a fêmea começava inchar,seu ventre intumecer-se e várias transformações se processavam,até que resultava no terceiro grande mistério: uma nova criatura surgia de dentro da mulher,movendo-se e parecendo uma cópia dela mesma.Ninguém,ainda,entendia nada,e para tudo foram inventando explicações místicas.
Mas a rotina seguia modificada.A selvageria daquelas eras exigia destreza em enfrentar as empreitas da sobrevivência, tanto no referente a sustentar-se,como no defender-se das outras feras famintas,e a mulher grávida, ou com a cria no colo,via-se fragilizada e ainda mais atraente aos predadores.
A precariedade da nova criaturinha induziu todo um relacionamento da progenitora e seu fruto,e a fragilidade dela estabeleceu nova dimensão de sua relação com os machos.
Esteja claro que, no princípio,o mais provável é que atirassem o bebê nalgum abismo, uma vez que aquele ser inútil só dificultava a vida.
Mas, logo perceberam que, crescido, o bichinho acabava sendo útil.Podiam usá-lo de vátias maneiras.
À medida em que desenvolveu-se a 'sociedade', filhos significavam braços para os trabalhos nada leves que a vida cobrava,podiam ser preparados para fortalecer as ações de defesa do grupo e, o mais importante,diante da decadência que assomava os seres com o envelhecimento,representavam a manutenção dos pais quando velhos e decrépitos.
Em cada época e em cada grupamento humano, dependendo da realidade que se apresentava, o filho vai ganhando condições diferentes,mas,sempre, era o eixo, em torno do qual se estabeleceu a noção de 'família'.
fique claro, também, que os velhos não deram à cria o este 'status': tomaram para si toda a importância e pregaram sempre,que o filho era devedor do benefício de existir,um favor concedido pelos genitores.
nunca entenderam que eles faziam apenas gozar os prazeres de seus instintos de animal e explorar o nacituro, e que a vida da criança origina-se muito além das vontades de seus libidinosos pais.
Antes mesmo de nascer, o destino do filho é determinado pelos pais.
Quem nunca ouviu alguém dizer: 'quero um filho para ir comigo ao estádio de futebol,me ajudar a atacar a torcida inimiga!",ou: " terei uma filha e ela será uma bailarina,tão delicada e mimosa quanto eu mesma nunca consegui ser!"?
Os pais querem que o filho seja uma complementação sua,e alcance os objetivos que eles não tiveram competência para alcançar.Cobram dele uma vida que ele nem sabia que ia ter.Fazem-no responsável por cultuar e servir aos pais,que normalmente produzem a criatura por mero acaso.
vejamos as famílias rurais, em que a enorme prole garante o serviço na lavouro e o descanso do pai, que olha da varanda, fumando seu cigarrinho, deitado na rede, os filhos suando na enxada.
vejamos as famílias de lugares em que a terra não favorece,que vendem seus filhos para satisfazerem a luxúria de alguns mais bem providos.
Vejamos as famílias que exploram alguns de seus filhos em trabalhos indígnos e investem tudo em um único filho, que será 'dotô',e garantirá a velhice confortável a seus 'criadores'.
Vejamos as famílias em que o pai abusa sexualmente de meninos e meninas, por verem nisso um direito de pai.
Vejamos as famílias que atiram a criança importuna no cesto de lixo, ou pela janela do apartamento.
Vejamos os casais,que vingam-se mutuamente enfiando agulhas no corpo do filho.
E não esqueçamos de situações como a da Itália,em que a natalidade descresce,não tanto por desinteresse sexual dos vaidosíssimos homens italianos,mas por prevenção contra a caríssima responsabilidade que tornou-se ter um filho numa cultura como a deles.
Vemos que a selvageria daqueles tempos,de seres humanos peludos andando de quatro,não se afasta muito da brutalidade dos dias de hoje, de seres estúpidos e alienados.
Eu pergunto: quando se perceberá que a grande 'graça' está na criatura, cuja vida é dada pela força da Natureza,e não pela cópula do indivíduo?Quando os pais assumirão,com total satisfação e desprendimento,a responsabilidade por um ato seu e entenderão que, naturalmente, o filho lhes será grato,se foi bem tratado e preparado,e não abandonarão seus velhos,voltando para a casa de onde foram expulsos, para limpar, voluntariamente, a bunda de seus pais, quando eles se virem necessitados?

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