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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Louvores à Beleza

Sempre se pergunta qual o elemento mais importante dos desfiles das escolas-de-samba.Há unanimidade quanto a ser a bateria a essência da escola,sine-qua-non do desfile.
Outra discussão,que morre e ressurge é a condição de a Rainha-da-bateria ser uma celebridade ou atriz,que surge de repente,sem qualquer contexto com o momento, a não ser a oportunidade de estar em evidência, com projeção em todo o mundo,num lugar glomoroso,que é sonho de qualquer mulher: o de Rainha,admirada e invejada.
Esqueçamos as 'paraquedistas' e vamos acabar com polêmicas: a bateria é o coração, as baianas são a alma,mestre-sala e porta-bandeira são o rosto, a velha-guarda é o esqueleto,a estrutura,todos importantes como os outros tantos não citados,mas o corpo é o da Rainha. Ela é tudo!Tudo de bom que a escola pode mostrar como símbolo de vitalidade, energia,garra e ainda encanto, sedução e graça. Ufa!
Diferentemente das oportunistas, as Rainhas vivem para sua escola, convivem em sua comunidade,preparando-se desde muito cedo para o seu momento de glória, quando ela é a estrela maior, que atrai todos os olhares e induz a sonhos...
É no rebolado da Rainha que está todo o segredo, todo o mistério desta magia contagiante, que é o desfile de uma escola-de-samba.
Em sua essência, o Carnaval é a festa da vida, um louvor à fertilidade, garantindo que a vida vai continuar e ser feliz.
Fácil entender o realce desta figura magnética e a cobiça por estar neste lugar.
Então, a dança da Rainha deve distribuir graças,centelhas de desejo, que farão o incêndio da vida.Novamente, não estou falando das malabaristas, centradas em sí e nas imagens que possam produzir atravás das câmeras dos fotógrafos, os zangões dessas abelhas...
Falo das meninas brasileiras, que aprendem ginga, de pés descalços,no terreiro ou na areia, e se bronzeiam na laje,ainda que,se bronzear, elas nem precisem.Falo dessas moças douradas,loucas de curvas,naturalmente dengosas, que sabem muito bem que, além de cartão de visitas da escola, e de todo glamour que envolve o cargo,uma Rainha tem uma responsabilidade muito maior, quase invisível, entranhada que está no aperto dos couros,no descer dos braços, no estalar das baquetas.
Uma rainha é o rítmo. Ela dá conclusão a todo o trabalho dos músicos, e é a baliza onde o batuqueiro,que chega aos céus no delírio da execução,vai ancorar-se e reencontrar-se,de volta ao chão. E ele duvidará de que não está no paraíso, diante de uma verdadeira deusa encarnada, cheia de doçura nos gestos,exuberância das formas,e pura tentação no sorriso e no olhar. A simbiose entre Rainha e batuqueiros e o próprio batuque, fazem ver que, mais ainda,se a bateria é o coração, a rainha é o sangue que esquenta e quase faz explodir milhões de corações.
Salvem nossas Rainhas!

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